Raul Bandarra Pacheco (Raul Bandarra)
Fotos: Arménio Correia
Local: Cidadelhe, Vale do Côa, Pinhel
Data: 22/08/2015
Trovas a Cidadelhe, o que dizer?
O Raul é um amigo, é médico, um contador de histórias e entre outras coisas também é meu vizinho na rua da Estrela.
ESTRELA (página 13)
Quando uma estrela
Nos ilumina
Nos cai no sono
E nos desperta sem acordar,
Sonhamos…
Falamos com os nossos dedos,
Encarquilhados segredos,
Com uma fraga dura,
Que nos dá medos.
Sonhamos
Cuspimos um beijo
Numa semente,
Feita desejo,
Que a gente sente
Que vai vingar.
Mesmo a sonhar,
Sonhamos!
O Raul sonhou, puxou pela memória, recolheu, pesquisou e colocou em versos simples e ao mesmo tempo completos, alguma da história desta aldeia rica de histórias e estórias… Certamente que se encantou por Cidadelhe, terra dos seus pais, há muitos anos e que nos últimos anos tenho tido o privilégio de com ele desfrutar das suas magníficas paisagens agrestes e ao mesmo tempo belas… À hora da sesta e ao serão, debaixo do negrilho e esplanada do café do povo, muito se fala e certamente muitas vezes se acerta, num ápice um alfobre de questões são semeadas, regadas, germinam, crescem e algumas delas são colhidas para dar solução aos problemas e questões colocadas.
Ao longo do livro, para além do registo em verso de coisas da Terra do Cidadão, o Raul lança questões como é apanágio de um bom pedagogo que sabe dosear o agro da vida e do saber com o doce do mel.
MEL (página 65)
Fina doçura,
Que a abelha apura,
Das flores perfeitas
Do rosmaninho.
Doce finura,
Tira a amargura,
Trata as maleitas,
Dá-nos carinho.
Sabem o que são Padieiras?
Texto do prefácio oral do livro “Trovas a Cidadelhe – Terra do Cidadão”
Arménio Correia
Cidadelhe, 22 de agosto de 2015
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